domingo, maio 10, 2009

Rasurado



O berço torto repousa a lamúria que sofreu em ouvir. Uma moeda. Talvez de cinquenta centavos. Não temos nada com isso. Ou somos. Gosto do respirar por entre os lábios, de muita carne, com os dentes cerrados, pronto pra não falar: "Fique!", ou "Adeus!". Sem decisões. É parte de seu corpo, cheio de força que alonga-se nos seus pés e mãos, e me invade, sem você saber, porque também não sabe disso que tem em você, que mesmo doando pequenas amostras em conta-gotas não impede que me fulmine com essa energia, como se minha boca fosse de um balão, enchido de volta à Montes Claros, como se aqui fosse o lugar, a fonte que me mantém a você. Vezenquando seria leve, porque é grave o contato, e segundo quem o peso seria melhor? Parmênides? Não. Você pega a moeda de cinquenta centavos. Doa. Ele não conseguiria nada, eu também não. Há uma porta fechada, e o porteiro não é meu amigo.
 
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