O céu me lembra o sertão, mesmo de uma janela de sombras urbanas. Lembro daquele dia ao acompanhar meu pai em uma de suas "cavalgadas culturais", nas veredas. Ele e os outros cavaleiros seguindo trilhas de terra, e eu atrás, contraditoriamente em um automóvel ouvindo músicas elétricas, com a tecnologia que nunca chegará à altura da naturalidade campestre. E aqueles peões em sua humildade! Que justifica minha militância pela liga camponesa, pelo socialismo, tão longe da barbárie que estou acostumado a conviver. Meu boné, o chapéu de meu pai... Minha guitarra, sua viola e acordeon, sua bota, o meu all star... Enquanto ele respira o sertão, eu o sinto na literatura de Guimarães Rosa ou de Graciliano Ramos. Faz o mesmo frio, a paixão é quase a mesma, mas falta a alegria de um rio.
domingo, junho 04, 2006
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