(...)Eu sempre precisei de alguém que servisse de expectador do que eu queria ser, eu seria o personagem íntimo e adoraria agradar com minhas atuações, o “eu” que eu queria estaria vivo para alguém. O mundo é um palco sempre disponível, mas os expectadores estão por aí no corre-corre. Com F. foi assim, na mesa eu falava mais alto e olhava para ela e outras três amigas, ela gostou da minha atuação e fiquei sendo quem eu queria ser por um bom tempo, até que ela me descobriu e denunciou-me a mim mesmo.(...)
*trecho de um conto antigo meu, publicado em homenagem à Cecília, Gabriela e Hellen.
7 comentários:
Foi uma das noites mais profundas..e nao apenas vc foi denunciado a si mesmo..Adorei! bjo
Creio que foi a primeira vez que tive uma noite assim, intensa, intrigante e muito agradável. Muito obrigada pela homenagem, bjim
o texto!
Ela desejava sair daquela sala inerte, assim, no meio da tarde. Ela desejava ir até a praça onde o vira uma vez. Quem sabe ele estaria lá. Fugitivo de uma sala inerte, buscando algo também. Quanto desejo hein batom vermelho, que essa sua sede te fez ter, que essas palavras te provocaram. Ela desejava que ele fosse quem ele quisesse dessa vez, nesse palco, e ela seria sua platéia favorita, bem assim, no meio do corre-corre. Ela desejava enfim o acaso, o despropósito, semeado e validado, mas sabia que era só uma fresta, e não se consegue ver muito bem quando é só uma fresta – e anônima.
e não te culpo, se tu é o escolheu ser e aceita as condições..
como voyers da nossa própria vida.
O que seria de mim sem Eu!!
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