terça-feira, janeiro 26, 2010

r.e.m.

Movo em ti. Garças tiram-na para aquilo que deveras sentes. Fogem do horizonte no vôo, seguem teu ônibus mágico. Preço promocional. Especulo na carne crua mais vida do que existe. Te amo como a faca do açougueiro. Oferecerás o amor de verme. Não saberei sê-lo. A ficção morre no sono, despede-se no sonho, vinga-se no desfalecer. Durmo mais do que existo. Até que tua imagem durma. Não exista. Seremos outros e não seremos nada. Era uma outra? Abandonou o que és, para sentir mais do que és, além. Sou um personagem inócuo. Não me enxergarás. Escuta-me, talvez, se colocar teus ouvidos próximos. Se tu tiveres dormido, imagem, perdoa-me se serão só sussurros.

2 comentários:

J.Machado disse...

Boa noite caríssimo.
Por acaso, nessas andanças insones minhas, descobri seu blog.
Textos instigantes, particularmente os 2 últimos.
O seu desejo, ou não, de não ser percebido, de apenas apreciar a fase mais profunda do sono (seu ou do objeto).
E no outro, se tens prazer por ser faltoso e ser desejado, ou se queres avidamente ser percebido.
Posso ter viajado, mas a escrita nos permite.

Parabens pelos escritos.

Flavio disse...

rsrsr.
a escrita permite sim. Tanto que escrevemos para saber das coisas, é um enigma para o próprio autor, tatear o q não se sabe ao certo.
Obrigado.

 
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