D.

''sossegue coração/ ainda não é agora/ a confusão prossegue/sonhos afora/ calma calma/ logo mais a gente goza/ perto do osso/ a carne é mais gostosa'' Paulo Leminsky

Nossa, é suave! Está fechado, poucos presentes, pernas, corpo de pegar... Estou pronto pra te ouvir. A nulidade de uma presa desejada fora da temporada de caça, não há armas, vem a desautenticidade agora: a cobiça da voz aveludada cessa, o pulso não pressiona mais tão desvairadamente, e o desejo rompe-se. Esses tempos que fico quente por essas pernas que andam perto de mim, causam até ciúmes, sabia? Mas vendo aquela felicidade sua estampada na foto, acho muito mais bonito agora seu desespero contido na voz fraca do outro lado do telefone num orelhão de uma rua movimentada de outros corações. O desejo perpetua-se muito mais, não é igual a esses que mencionei, que duram o tempo de uma ereção ou de um dia que os anti-solidão tiveram meia-vida curta. A paz é estranha, não é? Você deve sentir saudades de quando era tão intenso que a gente ficava imóvel, esperando o outro explodir e ainda ter que pedir desculpas por isso. Ou então desejar esquecer para poder continuar no outro dia. Porém, sessões-entendedoras-de-um-e-de-outro não acabam quando ainda há mistério, nem quando se quer explorar mais, perder mais, desaprender, perder autenticidade para continuar sendo autêntico, ou quando o coração quer deixar de ser como um galo, que bate asas sem voar. Ah! rsrsrsrsrsrsrs... esqueci que morre de rir quando repito as comparações de poema de primário, mas a minha boca anda muito suja, quis sujá-la mais um pouco.

Vou acender o cigarro e despedir-me. Como vai seu casamento mesmo? Hum.. Quanto à mim, acho que exagerei, venho tendo boas experiências sim. Só quis escrever algo leve para alguém, substituir as outras coisas que tinham essa função. Ah! Bom dia pra você também.