Permanecia protegida numa redoma. Andando em frente por um único pensamento. A obsessão de sentir aquilo cada vez mais fundo. Sentir-se uma só, perdendo os múltiplos nuances que habitavam em seu ser, que a deixavam às vezes perdida. O desejo dela por ele tornou-se uma religião. Olhar para dentro de si era seletivo, enxergando apenas o que reverberava daquele sentimento. Não conseguiu mais estar plena com outras coisas que a intrigavam. Tornava-se cada vez mais uma pessoa mais fácil de definir. Por isso, ficou em paz, com um espírito involuído e feliz. Cresceu naquilo que era, conquistou o que programou e um dia qualquer abandonou ele porque as suas outras partes interiores reclamaram para si o direito de também sê-la. Queria visitar o seu labirinto interior. Precisava matar o minotauro. Um dia de luz, arranjou um novelo de linha infinito. Aprendeu vários caminhos de ida e volta. Percorreu-os, ficando longos períodos fora e dentro do labirinto, até o dia de sua morte.
quarta-feira, janeiro 13, 2010
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